Enriquecimento Ambiental

Vou falar um pouco sobre enriquecimento ambiental em aquários.

Peixes nadam, mas ficam entediados. Acho um assunto fascinante, porém subestimado. Quanto mais inteligente o peixe, mais necessário o enriquecimento ambiental.


Vídeo: Ue Bomg Choi

Atualmente está em voga os aquário bare bottom, que são muito práticos para limpeza, porém deixam muito a desejar no quesito enriquecimento ambiental para os pobres peixes que lá habitam. Afinal não há nada além de água e outros peixes e talvez uns troncos e rochas ocasionais.

Em uma tese de doutorado que pesquisei foram feitos brinquedos com garrafas PET em tanques de tilápias como métodos de enriquecimento ambiental, gerando uma menor agressividade entre os peixes. Em outro estudo com Oscars (Astronottus ocellatus) da mestranda Ana Paula Guedes Oliveira, chegou-se à conclusão que esses peixes dão preferência à cor azul, ao substrato arenoso, telha e planta sapo.

Uma dica importante é estudar os peixes, de onde eles vêm e tentar recriar ao máximo as características mais próximas do habitat original da espécie. Plantas, rochas e troncos, se possível são quase sempre uma boa ideia. Também vale observar a anatomia dos peixes. Não é a toa que um acará disco e um acará bandeira são fininhos daquele jeito, eles vivem nadando entre plantas e troncos e a anatomia e as listras ajudam a nadar e a se camuflar.

Peixes como o Oscar, que são por demais interativos, podem ficar bastante entediados e são pets fantásticos, comem na mão chegando a saltar para pegar comida.
Eu tive um em um aquário com 5 piranhas cajus, e toda vez que ia replantar as amazonenses que ele soltava, eu tomava uma mordida dele. No início eu dava um salto achando que era uma piranha, mas depois percebi que era ele. O coitado devia estar entediado.

Enriquecimento ambiental é peixe mais feliz e peixe mais feliz é peixe bonito.



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